domingo, 30 de agosto de 2015

Capacitação Profissional = Educação

Nicanor de Freitas Filho

            Ouvindo ontem a CBN, o bom programa “50 mais” – apesar de ter 71, ainda assim gosto de ouvir, principalmente os convidados – que, no caso de ontem, foi o Dr. Jerson Larks, do Centro para Doenças de Alzheimer do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, que muito se emocionou quando do Dr. Alexandre Kalache fez uma homenagem ao pai dele falecido, segundo entendi, na Polônia, mas que muito contribuiu socialmente, aqui no Brasil.
            Dentre muitas coisas que ele ensinou, ficou confirmado para mim, que o principal problema do Brasil, sem dúvida, é a EDUCAÇÃO – ou a falta dela. Ainda que, possa nos parecer que hoje seja a corrupção, essa não existiria se todos fossem educados! Uma das primeiras coisas que se aprende numa boa escola é ÉTICA! (Não brigar com o coleguinha, não “pegar” as coisas dos outros, não mentir, dividir os brinquedos, obedecer às regras, etc.) Ele confirmou um dado, que eu já sabia, mas não tinha ideia de quanto, é a falta de capacitação da maioria dos médicos, de fazer um diagnóstico correto do Alzheimer. Ele disse que 80% dos portadores desta doença, não são diagnosticados corretamente, por pura falta de capacitação dos médicos. Principalmente agora, com a “importação” de muitos profissionais, que além de não terem a mínima noção da cultura local, não estão também, capacitados a atender a população mais pobre do Brasil, que muitas vezes nem sabe por que vai ao médico. Simplesmente porque “não estou bem...” Mas, pelo que entendi, os próprios médicos, formados no Brasil, não recebem a devida capacitação para enfrentar nossa realidade! As Faculdades não os preparam, nem os Hospitais, onde fazem residência.
            Trabalhei na área Gráfico-Editorial por 28 anos, fui Gerente do Depto. Comercial de uma tradicional editora brasileira. Vou omitir nomes para evitar constrangimentos. Essa Editora, sempre atenta ao grande mercado – compras governamentais – captou a necessidade que teria o mercado, após a aprovação, pelo MEC, dos novos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), aprovados na gestão do Ministro Paulo Renato, de livros que atendessem o novo aprendizado contextualizado e interdisciplinar, para o desenvolvimento das habilidades e competências exigidas nas grades curriculares. Num ato corajoso e correto, contratou duas professoras que, digamos assim, foram responsáveis por grande parte da redação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, no MEC, na gestão de Paulo Renato, para coordenarem a produção dos livros, de acordo com esses PCN, para todo o ensino médio. Essas duas professoras, se juntaram com cerca de 50 professores e profissionais da área, para produzirem os livros. Sem entrar muito em detalhes, foi criado um “volume”, que poderia ser composto de várias formas pelo professor que o utilizaria, já que era impresso em fascículos de 16 ou 32 páginas e poderiam ser “montados” numa pasta A-Z, da forma que lhes aprouvessem.
            Pois bem, pronto o material, saímos à rua para divulgação do mesmo. Somente duas Escolas se interessaram em adotá-los, nenhuma delas pública. Sabem por quê? Porque nenhum professor se sentia capacitado a usá-los, pois não estavam capacitados a dar aulas, de acordo com os PCN, que por sinal, já estavam em vigor, há pelo menos, cinco anos. Então partimos para capacitá-los, nós mesmos, uma vez que o investimento já tinha sido muito grande, então era melhor investir um pouco mais para atingir nossos objetivos. Qual o que! Não tivemos apoio, nem das Escolas, nem do Governo. Não faltou empenho do pessoal da Editora, principalmente das duas coordenadoras, em trabalhar, na tentativa de capacitar – ensinar mesmo – os professores, para que pudessem adotar os livros, mas os professores preferiam trabalhar com o “feijão-com-arroz”, que já estavam acostumados e lhes permitia dar aulas, sem o trabalho de prepará-las.
            Eu fiquei totalmente decepcionado com as atitudes dos Diretores, Orientadores Educacionais, Coordenadores e Professores, não só das Escolas Públicas como também das particulares. Fui estudar e saber por que não se interessavam por material tão bem elaborado e que ajudaria muito aos próprios professores. Descobri então, que a maioria, não tinha preparação profissional para o professorado, ou seja, tinha outras atividades, que não lhes permitia dar total atenção ao ensino. Não preparavam aulas, simplesmente repetiam o que todos faziam. Quando muito, trocavam algumas ideias entre si, e, tocavam as aulas como dava. Não tinha ninguém para fiscalizar, e para os alunos, quanto mais fácil melhor!
            Nos estudos que fiz, na época, obviamente me levaram à Finlândia, Japão e Coreia do Sul. Apesar do tamanho, o mais comparável ao Brasil é o caso da Coreia do Sul, que em 1963, tinha dados educacionais e econômicos similares aos do Brasil. Com um planejamento muito bem elaborado e principalmente, muito bem executado, e sério, dando total prioridade, no início, à capacitação dos professores e ao ensino fundamental (6 a 12 anos), até início dos anos 80, quando foi incrementado o ensino médio e posteriormente o superior. Eles aplicam cerca de 5% do PIB na Educação, mas o salário base de um professor lá, é por volta de quatro mil dólares. Ou seja, o dinheiro é muito bem aplicado e não tem corrupção! O Professor tem prestígio, mas também é muito exigido. As escolas lá funcionam das 7 às 17 horas. E pelos dados da época, Brasil e Coreia tinham na década de sessenta 35% de analfabetos e hoje o Brasil ainda tem 13% e a Coreia zero. A renda per capta lá, hoje é de 35 mil dólares, no Brasil anda por volta de 10 mil e em recessão. Isto em cinco décadas.
            O que eu quis mostrar é que EDUCAÇÃO é tudo que precisamos, pois ética, cidadania, desenvolvimento, riqueza e tudo mais, vêm depois dela, ou seja, é consequência! E o começo de tudo é a capacitação profissional!

Nota: Não estou criticando nenhum professor – tenho irmãos e amigos professores – apenas informo o que constatei na época (2001/2002) Minha crítica é dirigida aos governantes.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Até quando??


Nicanor de Freitas Filho

            Ontem pela manhã, ouvindo a Rádio CBN, ouvi a notícia que o poste 2 e seu secretário sem “tatto” fizeram uma “patacoada”, excelente expressão usada pelo  Âncora da CBN Milton Jung. Patacoada, para quem não sabe, segundo o Michaelis é: “jactância ridícula, disparate, mentira, peta, basbaque...”, ou seja, uma burrice muito grande, dessas que não tem como negar depois!
            Como sempre eles, definitivamente demonstram que, não sabem os quatro estágios de qualquer atividade: Planejamento, Organização, Administração e Controle, conforme nos ensinou Taylor e Fayol. Então, como erraram muito nas marginais e nas avenidas, em regiões menos importantes, tendo regulado os radares para uma velocidade e as placas indicando outra, tiveram que reduzir a indústria de multas, porque estava tudo errado. A região do Pacaembu, como é muito importante, eles não queriam errar. Foram lá e trocaram todas as placas de velocidade para 50 km/h, mas como ainda não estava informado devidamente e não estava implantado, o que ocorreria somente na segunda-feira, colocaram adesivo em cima do 5, transformando-o em 6, ou seja, ainda valia a velocidade de 60 km/h. Aí, acertaram os radares para iniciar a indústria das multas e se esqueceram de retirar os adesivos. Pode?
            Quando o primeiro reclamante, reclamou, o poste 2 e o sem “tatto” mandaram dizer que foi “VANDALISMO” “deles” (devemos ser nós, que não somos do PT). Acontece que a Equipe do Bom Dia São Paulo, acompanhou tudo e não tinham como jogar a culpa em “nós”. Depois de muitos desajustes, que se tornaram uma patacoada, não tiveram outra alternativa, a não ser confessar o erro. Mas não pediram desculpas!
            E continuamos sem inspeção veicular – parece que ninguém lembra mais –  que funcionava muito bem, até 2013, mas o poste 2 achou que isto não renderia mais votos nas próximas eleições e acabou com a inspeção. Quantas pessoas ficam doentes ou morrem em São Paulo, por causa desta outra patacoada? Não sei dizer, mas tenho certeza que isto acontece!
            Ah! Por falar em mortes, o poste 2 e seu secretário sem “tatto” já têm duas mortes debitadas para as “lindas faixas vermelhas para ciclistas”, muito bem planejadas,  executadas e controladas.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Liderança

Nicanor de Freitas Filho

            Recebi no domingo 16 p.p., de um amigo, cópia de texto que ele enviou para vários jornais, onde conta ter recebido um folder, durante as manifestações de 16 de agosto, na Avenida Paulista, muito bem feito, onde se lia em destaque “Fora Dilma”, “Fora Lula” e “Fora PT”. E no texto ele sugere aos autores do folder, que no próximo, acrescentem “Fora PSDB” e explica que já não podemos contar mais com as lideranças deste partido, uma vez que, na melhor das hipóteses, são políticos talvez honestos, mas covardes, pois não têm honrado os 51 milhões de votos recebidos, na última eleição! Declara ainda que os 51 milhões de eleitores, que votaram no PSDB, são cidadãos, não comprometidos com os esquemas do atual governo, nem “sócios” do bolsa-família. Ele se refere ainda a uma resposta dada pelo Sr. Sérgio Fausto (superintendente do Instituto FHC) em uma entrevista ao Estadão: "O partido fez um movimento de aproximação dos grupos anti-Dilma com receio de ficar para trás nesse processo e, em algum momento, de ser punido eleitoralmente por não emprestar apoio ao movimento. O partido não marcha unido em direção aos movimentos. São dois passos para frente, dois para trás. Em resumo, o PSDB percebe e intui que corre um risco de se manter afastado do movimento, mas tampouco tem estratégia clara de como lidar com ele".
            Lendo isto, lembrei-me imediatamente, de um curso de Administração por Objetivos (velho hein?), onde o instrutor afirmava categoricamente, que em qualquer órgão, privado, público, institucional, associações, sem fins lucrativos, ou qualquer outro tipo organização, não conseguirá atingir seus objetivos se não tiver uma Liderança, sim com letra maiúscula, firme, forte e verdadeira! Nunca me esqueci disto nos meus 38 anos seguintes, de trabalho. E, como não sou um líder nato, tive sempre que me esforçar muito, para conseguir liderar, meu setor, minha empresa, meu clube, meus ex-colegas, meus condomínios e ou qualquer grupo que me incluo. A menos que eu já entre como um “liderado”, e, tenha um bom líder! Não é Jayme? (ele sabe ao que me refiro).
            Essa é a grande diferença entre o PT e o PSDB: LIDERANÇA! O PT tem um líder, incontestável, que manda, desmanda, toma decisões, assume posições, faz, desfaz, briga pela causa, fala asneira, mas não perde a liderança. Quem manda é ele e todos sabem disso! E, principalmente, obedecem! Ninguém tem coragem de contestá-lo, mesmo quando ele não faz o que dele se espera. Já no PSDB... hummmm...
            Quem é o líder mesmo? Bem, o Aécio é o presidente, mas o Alckmin – apoiado pelo grupo Covas – manda muito mais! E o José Serra, tem alguma voz no partido? Ele é de reconhecida competência. Ah! Nenhum dos três? É o Fernando Henrique? Deveria ser e deixou de ser, exatamente, por não saber agir como Líder. No ano de 2000, era o Presidente da República, reeleito, vencendo o Lula em duas eleições, tinha “cacife” eleitoral, queria que o Mário Covas (que já estava doente) fosse o seu sucessor na Presidência da República. Mas, por falta de liderança, não soube conduzir as prévias, perdeu sua indicação e não aceitou a decisão do partido, que queria o José Serra como candidato à sucessão dele. O Serra tinha tudo para ser eleito. Tinha sido um bom Ministro, principalmente feito um bom trabalho no Ministério da Saúde e tinha potencial enorme para vencer as eleições. O Sr. Fernando Henrique, ficou “amuado”, por não ter convencido o partido de indicar o Mário Covas – que infelizmente faleceu em março de 2001 – resolveu que, como Presidente, não deveria apoiar um membro do seu partido! Ficou neutro... Deu no que deu.
            Será que hoje, vendo como o Lula escolheu seu “poste” e o elegeu e reelegeu, ele não se arrepende do que fez? Acredito que não, pois, não me esqueço da “cara de felicidade” dele, passando a faixa presidencial ao Lula, lembram-se? Depois ficou mais duas eleições sem liderar o partido, pelo menos visivelmente. E, de novo, seu partido perdeu para o Lula, com Alckmin em 2006, e para a Dilma em 2010. Em 2014, até que tentou ajudar, mas já não é mais líder e se amedrontou tanto com os ataques do PT, sobre seus mandatos, que sumiu na boca do povo. Ele comete algumas incoerências que são lamentáveis. Recentemente ele deu uma entrevista a uma Revista Alemã – Capital – e defendeu ardorosamente a “honestidade de Dilma” e ainda disse que “seria ir longe demais colocar Luiz Inácio Lula da Silva na cadeia, pois trata-se de uma figura pública”.  
            Curioso esse Sr. Cardoso, ou talvez, esquecido. Será que ele se lembra quando em fevereiro deste ano, a Sra. Dilma disse ao Brasil que, “se os escândalos de corrupção na Petrobras tivessem sido investigados durante a gestão de FHC, alguns dos funcionários corruptos não estariam mais praticando atos ilícitos”, o ex-presidente rebateu, emitindo uma nota: “A Excelentíssima Presidente da República deveria ter mais cuidado. Em vez de tentar encobrir suas responsabilidades, jogando-as sobre mim, que nada tenho a ver com o caso, ela deveria fazer um exame de consciência. Poderia começar reconhecendo que foi no mínimo descuidada ao aprovar a compra da refinaria de Pasadena e aguardar com maior serenidade que se apurem as acusações que pesam sobre o seu governo e de seu antecessor".
            Dá para entender uma liderança como esta?

Nota: Este texto foi escrito no dia 16 de agosto, à noite. Como sempre, gosto de fazer a revisão um ou dois dias depois, onde normalmente corrijo, acrescento, e retiro algumas coisas, que no dia que se escreve, não são observados. Na segunda, dia 17, li, nos jornais, algumas notas a respeito de declarações do Sr. FHC e achei que não devia publicar, mas hoje, quando ia apagar, achei que não tem nada de errado, mesmo com uma pequena mudança de atitude dele. Então vai...

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Araxá venceu Galo no Mineirão e fez história em 1969


Alcino de Freitas


Todos conhecem a grandeza do Atlético. O que apenas alguns conhecem é a força que o Galo tinha no fim da década de 60 e início da década de 1970. Nas cobranças de escanteio, Dadá Maravilha subia, antecipava ao goleiro e marcava. 

No dia 22 de março de 1969, uma das vítimas do atacante foi o Araxá Esporte, pelo Campeonato Minero, no Mineirão. A diferença é que a jogada famosa por decidir jogos e até campeonatos a favor do Galo só diminuiu o prejuízo do time da capital. Antes disso, Esmeraldo e Aguinaldo tinham marcado para o Ganso.


Em pé: Esq. para direita: FRED ,ESMERALDO, CLAUDIO, SALTON, FRANKLIN, EDUARDO
Agachados: Esq. para direita:PAULINHO , AGUINALDO, NATO, SPENCER, GERALDINO

O primeiro tempo terminou com o Ganso à frente do Atlético Mineiro. Já na segunda etapa, o Galo voltou com Dadá Maravilha, no lugar de Lola. O atacante saiu do banco de reservas, para diminuir a vantagem do Araxá. Porém, o confronto terminou com a vitória do time do interior. 


Aguinaldo comemorando o gol com o ponta direita no Mineirão (Foto: José Aguinaldo/Arquivo Pessoal)

O ex-zagueiro Marco Antônio Silva, conhecido como Salton, também vestia a camisa do Araxá naquele dia e nos contou parte da história. “No fim do jogo, o Aguinaldo sofreu uma falta e saiu carregado do campo. O jogo terminou e a gente só pensava como ele estava, não dava para celebrar a vitória sem ele. Quando ficamos sabendo que Aguinaldo estava no hospital, trocamos de roupa correndo e fomos pra lá. Só depois que vimos que ele estava bem é que comemoramos o 2 a 1 em cima do Atlético, no Mineirão”, relembrou Salton.


Salton relembra que poderia ter evitado o gol de Dadá (Foto: Maritza Borges)

O companheirismo de 1969 reflete até hoje entre Aguinaldo e Salton. Os dois não se esquecem que, naquele ano, o Araxá ficou em 3º lugar, em arrecadação no Campeonato Mineiro, atrás somente do de Atlético Mineiro e Cruzeiro. Ano em que a torcida fez a diferença, dentro e fora de casa.

A vitória sobre o Atlético, por 2 a 1 representou um novo momento para o time do interior mineiro, que passou a ser reconhecido pela imprensa da capital.  “A imprensa da capital passou a reconhecer o Araxá Esporte como uma das forças do futebol mineiro. Em 1966, fomos campeões, permanecemos no acesso, ganhamos do Atlético, em 1969, e em 1970 o clube fecha as portas, encerrando um ciclo. Foi muito difícil, por que a equipe estava muito bem e de repente tudo se acabou“, relembrou, com triste saudade, Salton.

Confira as escalações do jogo em 1969:
Araxá Esporte Clube: Fred, Claudio, Esmeraldo, Salton, Eduardo, Franklin, Aguinaldo, Spencer, Paulinho,Nato e Geraldinho.
Atlético Mineiro: Mussula; Vânder, Grapete, Djalma Dias, Cincunegui; Vanderlei Paiva, Amauri Horta, Ronaldo; Vaguinho, Lola (Dadá Maravilha) e Tião.

Fonte: Alcino de Freitas e Globo.com

Notas do Blog:
Nota 1: Todas as equipes em Minas são representadas por um animal; O Araxá Esporte Clube é o Ganso.
Nota 2: Só para lembrar, o Galo no fim da década de 60 e início da década de 70 era muito bom mesmo, a ponto de ter sido, em 1971, o primeiro Campeão do verdadeiro Campeonato Brasileiro de Futebol.

sábado, 8 de agosto de 2015

Treino da Seleção Brasileira - 1950


Alcino de Freitas

1950 – Ano em que a Seleção Brasileira de Futebol passou 32 dias hospedada no Grande Hotel do Barreiro de Araxá.

            O Brasil em 1950 e a Suíça em 1954 foram escolhidos como sedes das Copas do Mundo, por não terem sido atingidos pela guerra. O Brasil construiu o então, maior Estádio do mundo, o Maracanã. O artilheiro da Copa de 1950 foi Ademir Menezes (Brasil), que marcou 9 gols. Em março de 1950, 28 jogadores se fecharam no Grande Hotel do Barreiro, em Araxá (MG), conhecida por suas águas medicinais. Ficaram 32 dias se preparando para a Copa do Mundo. Os 28 jogadores pré-convocados vieram, principalmente, para fazer um trabalho de preparação física. O técnico Flávio Costa ficou muito pouco tempo em Araxá, pois viajou para a Europa, para ver jogos da Inglaterra e da Espanha. Quem acompanhou o time durante os 32 dias foi Vicente Feola, que comandava a Seleção Paulista e seria o primeiro técnico campeão mundial, do Brasil, em 1958, na Suécia. Os jogadores andavam a cavalo, nadavam, pescavam, mas, sentiam falta da família. Se em 2014 a Granja Comary tinha área de convivência e churrasqueira para os parentes serem recebidos, as cartas enviadas de Araxá, em 1950, não chegaram às famílias, como declararam alguns atletas após o Maracanazo, como ficou conhecida a derrota para os uruguaios no Maracanã, em 16 de julho de 1950.
            No dia 19 de abril de 1950, foi distribuído na cidade um programa que dizia assim: 
”’SEGUNDO TREINO DE CONJUNTO DO SELECIONADO BRASILEIRO’.
A escalação feita pelo técnico Vicente Feola, para os dois quadros do Selecionado, que usarão as camisas do Najá e Ipiranga, é a seguinte: IPIRANGA: Barbosa, Augusto e Mauro; Bauer, Rui e Bigode; Friaça, Zizinho, Baltazar, Jair e Rodrgues.
  NAJÁ: Castilho, Santos e Juvenal; Ely, Danilo e Noronha; Tesourinha, Maneca, Ademir, Pinga e Chico.
À disposição do técnico para substituições: Píndaro – Nena – Brandãozinho – Alfredo – Adãozinho e Ipojucan.”


Notas do blog:
Nota 1: Naquela época a comunicação de jogos, era feita por distribuição de “programa” (impresso).
Nota 2: Najá e Ipiranga, para quem não é de Araxá, trata-se dos nomes dos dois times de maior rivalidade,  que já existiu, assim tipo, Brasil e Argentina, Corinthians e Palmeiras...!
Nota 3: As fotos acima são de um primeiro treino e não do programa citado. Os goleiros, por exemplo, foram trocados de times. 
Nota 4: As fotos foram tiradas no Estádio Fausto Alvim de Araxá.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

domingo, 2 de agosto de 2015

São Paulo e sua sina III

Nicanor de Freitas Filho

            Seguindo os conselhos do amigo Trasmontano, não desperdiçarei mais sorvete, mesmo porque, segundo ele, posso fazer um calombo na testa, mas continuarei indignado, isto sim! Principalmente quando esses políticos incompetentes vêm aqui para estragar a cidade que eu adotei como minha cidade (dupla cidadania) há mais de 50 anos. Fico indignado mesmo!
            Veja o que o poste 2 conseguiu agora: ajuda do poste 1, provavelmente a mandado do inventor dos postes. Porque ele é que manda em tudo!
            No meio da aprovação e “vetação” das alterações do Código de Trânsito Brasileiro, o poste 2 conseguiu incluir lá um artigo que só interessa a ele e a mais ninguém! E o poste 1 não quis vetar! Vetou um montão de outras coisas, inclusive que não deveria vetar. Refiro-me ao artigo que considera como falta gravíssima, transitar nas faixas de ônibus, que como se viu agora, o TCM diz que estão superfaturadas em cerca de 49 milhões. Comeram mais de 450 km de pista de rodagem dos carros e até agora, como sabemos, só ajuda na arrecadação de multas. A multa, até agora, era de cerca 53 reais e já proporcionava uma grande arrecadação ao poste 2. Passando a gravíssima, com perda de 7 pontos na carteira e apreensão do veículo etc.. Só para vocês entenderem, com essa classificação ela só não é mais grave do que “fazer racha”. Então, além de aumentar para 191,54 reais, ela ainda é multiplicada por 3, pela gravidade.  Ou seja, ela passa de pouco mais de 53 reais para mais de 570 reais e com direito a apreensão do veículo. Ano passado foram emitidas mais de um milhão e duzentas mil multas dessas. Ora, se aumentou agora cerca de 500 reais por multa, vai proporcionar ao poste 2, a arrecadação de mais de 600 milhões de reais, só neste item!
            Eu não sou contra fiscalizar e multar motoristas que não cumpram a lei. Eu faço o possível para cumpri-las, faz parte da minha moral e da minha ética. O que estou questionando é a forma que este artigo foi incluído lá, exclusivamente para atender ao senhor prefeito de São Paulo, um incapacitado para administrar esta cidade, principalmente juntado lá na assessoria dele, pessoas totalmente sem tato e ex políticos perdedores, tipo assim Suplicy, Padilha, etc.. Acho que a lei é para ser cumprida. Eu vou procurar não transitar nas fixas de ônibus, mas como eu disse em artigo anterior, por exemplo, ser vendedor em São Paulo, daqueles que precisam carregar amostras e ter reuniões constantes com os clientes, vão ser multados, com certeza. Vejam só: (peço perdão para quem não conhece São Paulo, mas acredito que vão entender o meu relato) Outro dia fui à Vila Clementino e tinha que voltar para Cerqueira Cesar. Vim pela Rua Tutóia, que desemboca na Av. Brigadeiro Luis Antonio – que tem faixa de ônibus nas duas direções. Fiquei um tempo enorme parado no último quarteirão da Rua Tutóia, porque havia um acidente na esquina da Av. Brig. Luis Antonio com Alameda Santos. O trânsito estava quase parado. Para entrar na Av. Brig. Luis Antonio, tive que entrar na hora que deu. Ali é uma faixa de ônibus. Nos 10 primeiros metros, a partir da esquina, a faixa é tracejada e portanto pode-se transitar. Acontece que nenhum motorista quis me dar passagem, para eu sair da faixa dos ônibus. Acabou a parte tracejada. Então eu não poderia mais ficar naquele faixa. Parei. O ônibus que estava atrás, começou a acelerar violentamente como que pedindo passagem. O que fazer? Ficar parado ou continuar na faixa dos ônibus? Subi quase dois quarteirões com o ônibus atrás de mim acelerando, pedindo caminho e eu sem conseguir sair para esquerda. Acredito que não fui multado, pois até hoje não recebi nenhuma notificação, mas segundo a nova legislação – eu, não só deveria ser multado em mais de 570 reais e poderia ter meu carro apreendido. Pergunto: -Como agir numa situação como esta? É uma situação corriqueira em São Paulo, acontece todos os dias.
            Só para entenderem melhor, o poste 1 vetou um artigo que proibia transporte de cargas ilegais e pessoas. Assim, facilitou a tráfego de drogas e cargas roubadas, por exemplo.  Lembrando que a proibição de tráfego nas faixas exclusivas, já existia, como grave – se fosse no corredor (lado esquerdo) -  e leve – se fosse na faixa (do lado direito), porque que será que ela não vetou o uso da faixa, como falta gravíssima, com perda de 7 pontos e apreensão do veículo?
            Segundo explicação de um especialista em trânsito, Dr. Flaminio Fichmann, são consideradas faltas gravíssimas somente as faltas que implicam em SEGURANÇA que não se pode confundir com faltas leves ou graves as de FLUIDEZ de trânsito.
            Prometo não falar mais de trânsito, porque se formos entrar nas faixas para ciclistas... aí vou levar muita porrada e não quero perder amigos...