sexta-feira, 31 de julho de 2015

São Paulo e sua sina II

Nicanor de Freitas Filho

            Ao abrir os jornais desta manhã, comprovei que minha última postagem, foi devidamente comprovada, na prática, na teoria e quanto fui feliz na minha posição. Senão vejamos.  O “ajudante de ordem” do poste 2, aquele que não tem tato (só no nome “Tatto”), deu uma entrevista, informando que entraria em vigor, ainda este ano, o fechamento das pistas expressas das Marginais dos Rios Tietê e Pinheiros, das 00:00 h às 05:00 h, para evitar mais acidentes, que são comuns neste horário (?). Então os jornalistas questionaram a medida e ele disse que já havia feito 3 testes e que funcionou bem, porque é a hora que os caminhoneiros mais correm naquelas vias.
            O senhor prefeito, que estava inaugurando um nada qualquer em São Miguel, foi questionado pelos repórteres e disse que não sabia de nada disso! Ãããhh!! De novo bati com o sorvete na testa! Como, se o seu secretário já divulgou? “–Eu não fui informado de nada, repetiu o senhor poste 2.  Ele (Tatto) falou que está em elaboração? Não chegou ao meu conhecimento. Estou sabendo por vocês.”
            Mais tarde a CET e a Secretaria de Transportes teriam soltado uma nota, informando que estão concentradas exclusivamente no monitoramento das novas velocidades e estariam descartados quaisquer outros fechamentos.
            Não bastasse isso, o totalmente sem tato, também soltou uma nota de “reconsideração de declaração” dizendo que não haverá nenhum tipo de operação com o intuito de fechar trechos das pistas expressas durante a madrugada.
            Como pode ser visto, tudo devidamente planejado, organizado, administrado e controlado, de acordo com as técnicas de Taylor e Fayol, como citei anteriormente. Que lambança! É muito desprezo à inteligência do Paulistano. Eles brincam com coisas muito sérias, principalmente a mobilidade na capital. Isto tem que ser feito por quem conhece e tenha capacidade de colocar em discussão pública, com um planejamento sério, depois de nos ouvir, pois afinal somos nós que vamos fazer uso e mais sério, somos nós que pagamos!
            Eles vivem mesmo de factoides! Qual será o próximo? Pergunta o Engenheiro e Mestre de Transportes da USP Dr. Sérgio Ejzenberg!

sábado, 25 de julho de 2015

São Paulo e sua sina


Nicanor de Freitas Filho

            Dia 22 pela manhã ouvi uma pequena entrevista do nosso prefeito Haddad (aquele que tem 16% de aprovação), que estava em Roma, dizendo que a redução de velocidade das marginais é uma tendência mundial, e, em São Paulo é experimental e provisória... Ãããhh? Quase bati com o sorvete na testa. Em seguida um ouvinte mandou o recado: “Experimentar na marginal dos outros é colírio para seus experimentos...”
            Antes de tudo, quero deixar claro que, sem dúvida nenhuma, a estatística de acidentes e vítimas de trânsito em São Paulo, pede mesmo providências sérias. Não sou contra tomar medidas, mas no afã de acabar com os carros em São Paulo o Poste 2, e seu ajudante de ordem, têm nos agredido com uma violência que não se justifica. Eles já atrapalharam o trânsito de norte a sul, leste a oeste, centro e tudo mais, com suas pinturas de asfalto, às vezes vermelhas – para os ciclistas – e às vezes brancas para os ônibus, com quem eles querem fazer um contrato de 20 anos e se dane quem vier depois deles. Deslocar-se em São Paulo está se tornando um desafio, principalmente profissionais que dependem de visitas aos seus clientes, incluindo entregas.
            Eles – como diria o Lula, porque se são adversários são “eles” – dizem que fazem estudos técnicos, mas não são divulgados. Já procurei em todos os sites que possam ter tais estudos, desde o da Prefeitura até o do Instituto Lula, passando por DET, CET, Detran, Denatran, FGV e tudo mais. Eles acham que somos bobos, que acreditamos em tudo que eles dizem. O que estão fazendo são experiências populistas e nada mais. E eu não gosto de servir de cobaia não!!
            Será que o Poste 2 acha mesmo que pode comparar as coisas de São Paulo, com as coisas de Nova Iorque, por exemplo, que ele citou? Vamos ver...
            Nova Iorque, que ele citou, deve se referir a Manhattan, onde estão concentrados os problemas de trânsito. Trata-se, como sabemos de um tabuleiro comprido de cerca de 60 km², com 16 avenidas de sentido norte-sul e mais de 200 ruas no sentido leste-oeste. Tudo planejado, as avenidas longas e com largura que permitem velocidade de até 40 mph (64 km/h) e ruas estreitas, mas que geralmente você dirige por apenas um quarteirão, pois para se deslocar em distância utiliza-se as avenidas até o ponto onde você vai. Tem três ruas que são mais largas (leste-oeste), para você atingir a avenida que você vai utilizar. O que eu quero dizer é que foi tudo resultado de um  planejamento, para funcionar assim, e, funciona!
            Depois desse planejamento tem toda uma organização, e fiscalização de trânsito, um respeito pelas normas, uma conservação das pistas, com largas calçadas, principalmente nas avenidas. Um sistema de ônibus, metrô, trens e helicópteros, que causa inveja a qualquer um. Então o Metrô é bonito? Não, não é bonito, é velho e com muitas pichações, mas funciona! E funciona bem!
            Tudo lá é previsto e tem autoridade para fazer cumprir. Estava lá em fevereiro de 1983, para uma feira de material escolar, e caiu uma nevasca que acumulou cerca de 70 cm. de neve nas avenidas. Cada proprietário retirando a neve de sua calçada e as máquinas da Prefeitura limpando e espalhando sal para derreter a neve.  Tudo num gerenciamento perfeito, tudo funcionando, inclusive a feira que participei, que naquela época ainda era no Coliseum Center, encostado ao Central Park.
            As linhas de metrô, que eram os principais meios de transportes nesses casos, tiveram sua capacidade aumentada, e tudo dentro de um perfeito controle, que fez tudo funcionar, inclusive fazer minhas amostras, que ainda estavam no Aeroporto, chegarem antes da abertura da feira! 
            Fiz questão de usar quatro palavras que as grifei, e a redação pode não ter ficado ideal, para dizer ao poste 2, daqui de São Paulo, que ainda que pareça, nada funciona sem planejamento, organização, gerenciamento (administração) e controle, como nos ensinou Taylor e Fayol (ele nunca deve ter ouvido falar nisso).
            Será que ele não percebe que a complexidade e a compleição da cidade de São Paulo não pode ser comparada com as cidades americanas e europeias? E portanto não se pode fazer “experiências” sem um estudo detalhado, feito por quem conhece e, principalmente, tenha “tato” e não “tatto”?
            Antes de partir para experimentos, só para experimentar, deveria analisar e implantar na cidade que “governa”:
            Primeiro: Cultura – A cultura do brasileiro se assemelha com a dos americanos e europeus? Acho que não! O brasileiro usa, em primeiro lugar, a lei de Gérson (coitado, ficou o nome dele, para quem quer levar vantagem em tudo), nunca pensa nos demais usuários, principalmente se estiver dirigindo um veículo grande!
            Segundo: Educação – a cultura é o resultado da educação que se recebe, portanto é fácil explicar. O que ele tem feito pela educação dos paulistanos? Quase nada!
            Terceiro: Segurança – não se tem segurança em São Paulo, portanto diminuir a velocidade é colaborar com os assaltantes, que terão suas vidas facilitadas, pois os carros estarão em velocidade compatível para abordagem armada.
            Quarto: Sinalização – a sinalização das marginais em São Paulo é péssima. Tem hora que é tão confusa que ficamos em dúvida se devemos ou não mudar de pista. Isto para mim, que vivo aqui em São Paulo há mais de 50 anos e dirijo há mais de 45 anos. Fui vendedor e andava por toda a cidade dirigindo, por cerca de 28 anos. Imagina um visitante ou turista que chega aqui pela primeira vez! Tenho dó dos vendedores, que como eu precisava de ir aos clientes, levar e discutir amostras e outras reuniões importantes.
            Quinto: Manutenção – Como sabemos, a manutenção de nossas vias públicas, em geral, são péssimas, além de terem sido mal construídas.
            Sexto: Fiscalização – o brasileiro em geral, se não for muito bem fiscalizado, não obedece mesmo! E a nossa fiscalização é muito deficiente.
            Sétimo: Opções – Quais as opções de transportes públicos que temos? Um sistema de ônibus que, se chamar de péssimo estarei elogiando. Um sistema de Metrô, que não atende nem 15% da cidade. Que outras rotas poderiam ser opções para as marginais? Ah! Já ia me esquecendo, temos as pinturas vermelhas (cor do PT) no chão, que ele chama de faixas para ciclistas, muitas esburacadas e totalmente sem uso. Temos também as faixas de ônibus, que ajudou muito, não a aumentar a velocidade dos ônibus, mas ajudou a atrapalhar mais o trânsito de São Paulo. As medidas que o Sr. Haddad e o tal do senhor Tatto (com 2 tes, porque tato com um só, ele não tem mesmo) tomam medidas, todas improvisadas, sem planejamento, sem pesquisas, e tão somente para agradar uma parte da população, pensando que  com isso, vão angariar votos na próxima eleição.
            Quem já visitou as cidades, que seguem a “tendência mundial”, como expressou o despreparado prefeito de São Paulo, sabe do que estou falando.
            Agora ele está falando em fechar a Paulista aos domingos... Vou rezar para que o meu próximo infarto (Deus queira que não o tenha) não seja no domingo, para eu não ter como atravessar a Paulista, até chegar ao Pronto Socorro em tempo! Do primeiro infarto cheguei 7 minutos antes da parada cardiovascular...

terça-feira, 21 de julho de 2015

Santos Dumont


Nicanor de Freitas Filho

            Ano passado estive em Paris e fui informado pelo Dr. Filomeno, que na Avenue des  Champs Elysées, 114 ficava o prédio onde morou Santos Dumont. Por curiosidade fui lá para ver e fotografar a placa que ele disse que tinha na frente do prédio (foto anexa). Fui ler um pouco sobre nosso inventor do avião, principalmente porque na maioria das enciclopédias que consultei, ele não consta como o inventor do avião.  As controvérsias são muitas e em muitos países consideram que os Irmãos Wright são os inventores do avião, pois teriam voado 3 anos antes de Santos Dumont. Na própria França – principalmente no meio militar – consideram que o inventor do avião é o francês Clèment Ader, que teria voado em 1890. Ocorre que nem ele, nem os Irmãos Wright divulgaram o fato.  O primeiro que voou em público, inclusive ganhando prêmios – Prêmio Deutsch e Archdeacon – que seriam dados ao primeiro homem que fizesse uma máquina mais pesada que o ar voar, foi o brasileiro Alberto Santos Dumont, com o testemunho do Aero Clube de França e de uma multidão de pessoas interessadas, idôneas e que eram jornalistas e cientistas, ele deu a volta na Torre Eiffel, no dia 23 outubro de 1906, com o seu 14 Bis e foi tudo documentado por fotos e filmes.
            No site santos-dumont.net, explica-se que a invenção do avião foi, digamos, coletiva. Como diz lá, de passo a passo, de salto a salto, de voo a voo, avançou-se no conhecimento coletivo da aviação.
            Não é isso que quero discutir, pois para nós ele é o Pai da Aviação e ponto final. A curiosidade que mais me chamou a atenção foi o fato de o homem ter chegado na Lua, no dia que Santos Dumont faria 96 anos. Sim ele nasceu no dia 20 de julho de 1873 e Neil Armstrong pisou na Lua no dia 20 de julho de 1969. Pergunto: teria a NASA condições de desenvolver a Apollo 11 se não houvesse as experiências anteriores, principalmente as de Alberto Santos Dumont? Acredito que não! Algumas invenções dele foram de suma importância para a área Aeronáutica de modo geral, incluindo aí qualquer aparelho que voe. Por exemplo, ele inventou uma “peça” (não sei se pode ser chamada assim) que da a estabilidade para os aviões e é usada até hoje. É aquela peça que fica na ponta das asas e tem um nome curioso: aileron. Segundo li, sem esta peça o avião não teria estabilidade nas curvas.
            Será um mero acaso o homem ter pisado na Lua no dia do aniversário de nascimento de Santos Dumont? Não sei e acho que ninguém saberá, mas é uma curiosidade muito grande! Quatro anos depois, no dia 20 de julho de 1973, uma aviadora brasileira, Dona Anésia Pinheiro Machado – que sempre divulgou o nome de Santos Dumont, como Pai da Aviação, inclusive nos Estados Unidos – sugeriu a um Professor do Comitê de Nomenclatura da União Aeronáutica Internacional, que se desse o nome de Santos Dumont a uma cratera na Lua, o que foi aprovado no dia do centenário de Santos Dumont. Mais curioso ainda é que no site onde peguei algumas informações, de uma brasileira chamada Marília Lemos, ela coloca assim lá no canto da página onde cita o fato: "Vale observar que não existe cratera " Irmãos Wright" . (tirando um “sarrinho” com os americanos). Isto porque ela também afirma, numa entrevista concedida a um jornal americano, que eles só começaram a fazer o marketing dos Irmãos Wright, quando se solicitou à família deles para se expor no Museu Aero-espacial de Washington (DC), o avião deles chamado de Flyer, em meados do século passado, e então exigiram, por contrato, que se divulgasse no mundo, que os inventores do avião teriam sido os Irmãos Wright (segundo ela o contrato ainda vigora). E, diga-se que em Marketing os americanos são imbatíveis!
            Ontem, dia 20 de julho de 2015, fez 142 anos do nascimento de Alberto Santos Dumont e também 46 anos que o homem pisou na Lua, pela primeira vez!




segunda-feira, 20 de julho de 2015

Presente de boliviano...


Nicanor de Freitas Filho

            Estava eu, no feriado de 9 de Julho – feriado só em São Paulo – assistindo ao noticiário, quando vejo o presidente da Bolívia, Evo Morales (que deveria ser “amorales”) entregando ao Papa Francisco um “presente” que é uma “escultura” de muito mal gosto, onde se colocou uma imagem de Cristo Crucificado, sobre uma foice e um martelo, símbolo do arcaico comunismo russo.  Não acreditei no que estava vendo, mas era mesmo verdade! A expressão de “surpresa” no rosto do Papa, deu para entender que pensou: “...que mal gosto!” Ou talvez: “...esse cara tá me sacaneando!” Custou a estender a mão para pegar aquela heresia e, talvez por educação, ou por diplomacia mesmo, apanhou aquilo. 
            Segundo experts em leitura labial, o Papa teria pronunciado “Isto não está bem!”. É claro que não está bem! Esse símbolo dos regimes comunistas do século passado, que foram responsáveis por perseguições aos católicos e sempre foi um regime antirreligioso, de péssimas lembranças para todos nós, que somos “normais”!  Tudo faz crer que o Sr. Evo – cópia piorada de Hugo Chaves, Rafael Correa e Lula – sabe aproveitar bem as oportunidades, pois o Papa vem criticando muito o Capitalismo, assim sem pensar bem no que está criticando. O Evo aproveitou e cascou-lhe um bom constrangimento em público, para o mundo todo ver. O Papa é muito inteligente e deveria ter acionado seu “Serviço Secreto” e descoberto que ia “ganhar” este presente, para ter resposta pronta, na ponta da língua e dar um troco para esse imbecil boliviano! Ou melhor, deveria ter tido conhecimento antes, e ter mandado o recado que não queria ou não iria receber esse “pepino”, cheio de constrangimento e provocações.
            Tanto se fala de um Serviço Secreto do Vaticano, chamado-o, às vezes de “Entidade” outras vezes de “Santa Aliança”, dizem que é mais preciso que o Mossad de Israel, que tem espiões espalhados pelo mundo todo, e não é capaz de antecipar uma atitude de um político, reconhecidamente oportunista, sem ética e sem moral?
            Papa Francisco, trate de criticar menos o capitalismo (mesmo porque é o regime “menos pior”), cuide da nossa Igreja, que é o que esperamos de S. Santidade e acione essa “Entidade” para os casos de visitas aos países mais complicados. Nós também ficamos constrangidos, como S. Santidade!

sábado, 11 de julho de 2015

Futebol Brasileiro atual


Nicanor de Freitas Filho

            Nasci em 1944 e comecei a “entender” e gostar de futebol aí por volta de 1954/1955, quando meu padrinho Tarcísio, com quem eu trabalhava, vibrou muito com o Tricampeonato Estadual do Flamengo. Lembro-me também da reclamação que ele sempre fazia, da não convocação do Índio, centroavante do Flamengo, para a Copa de 1954. Portanto falar qualquer coisa antes de 1955 seria somente resultado de pesquisas, ou de ouvir falar. Eu quero escrever do que vi e penso, sem pesquisar.
            Acredito que o Brasil teve um futebol “semi-amador” do início do século 20 até depois da Segunda Grande Guerra, pois disputou 3 Copas do Mundo sem “aparecer” em 1930, 1934 e 1938. A partir daí começou a trabalhar mais sério e os Clubes entenderam o gosto dos brasileiros pelo esporte bretão e começaram a levar mais a sério, principalmente da maneira que chamamos “profissional”. Tanto isto é verdade que conseguiu trazer a Copa do Mundo de 1950 para o Brasil, logicamente com toda a Europa em reconstrução e os demais continentes não tinham cacife para isso. Pelo que sempre ouvi, péssima organização, mas foi como o Brasil era naquela época: desorganizado! Resultado foi uma terrível tragédia, que era a maior do futebol brasileiro, até um ano atrás. Mas serviu para mostrar que a seriedade e competência são necessárias para se obter bons resultados e demora um pouco para se perder  o sentimento de “vira-latas”, como estamos agora.
            A partir daí o Brasil iniciou um preparo mais sério da nossa Seleção para o Campeonato Mundial de 1958, preparando os jogadores com 60 dias para treinar, quando, inclusive, ficaram em Araxá, por um bom tempo treinando, com todo respaldo que é necessário. Do Campeonato Mundial de 1958 eu já me lembro muito bem. Foi a glória! Ganhar o “Caneco”, como era chamada a Taça Jules Rimet. Ídolos, Heróis, música e muita festa. Gilmar, Di Sordi, Beline, Nilton Santos, Zito e Orlando, Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagalo. Na final jogou Djalma Santos no lugar de Di Sordi. Técnico: Feola. Isto sem contar com Castilho, Mauro Ramos, Zózimo, Pepe, Dida, Moacir, Oreco, Dino Sani, Mazola e Joel. O Chefe da Delegação foi o Dr. Paulo Machado de Carvalho, com a ajuda de pelo menos três jornalistas: Paulo Planet Buarque, Flávio Iazzetti e Ary Silva, que juntos, pela primeira vez fizeram um planejamento e seguiram à risca o que se tinha determinado, incluindo um psicólogo na Delegação. Aí começava um período de resultados, pelo sério trabalho planejado e desenvolvido, por pessoas sérias e competentes! Durou cerca de 12 ou 14 anos, tempo suficiente para conquistarmos três Campeonatos Mundiais. E até hoje fico com a dúvida se a melhor Seleção foi a de 1958 ou a de 1970. Mas acredito piamente, que o título mais importante foi o de 1958, pois foi o primeiro e nos tirou o sentimento de “vira-latas” que tinha ficado em 1950.
            Ocorre que para a copa 1962, no Chile, descobriram que com violência, os nossos adversários venceriam nossa “ginga” e conseguiram tirar o Pelé da Copa dessa Copa. Ganhamos a Copa, mas com pequena ajuda de um árbitro e a entrada providencial de Amarildo. Em 1966 na Inglaterra foi muito pior. Abusaram da violência! Novamente o Pelé foi colocado fora do Campeonato literalmente “quebrado”. Lá não teve jeito, perdemos! Foi tamanha a violência que para o Mundial de 1970 foram criados os cartões amarelo e vermelho, para tentar “conter” um pouco a tremenda brutalidade e desonestidade no futebol. Foi bem mais leal a Copa de 1970, embora ainda houvesse alguma violência. Também foi criada a “Regra 3”, que permitia a substituição de jogadores. (Dizem que a International Board criou esta regra, porque achou muito injusta a saída de Pelé, machucado, no jogo contra Portugal, sem poder ser substituído).
            Nesse ano contamos com Felix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gerson; Jairzinho, Pelé, Tostão e Rivelino.  E ainda tinha o Ado e o Leão, Zé Maria, Baldochi, Fontana, Joel, Marco Antônio, Dadá Maravilha, Paulo Cesar Cajú, Roberto e Edu. Deu para perceber que tinha cinco “Camisas 10” no time tutular? Jairzinho era 10 no Botafogo, Gerson era 10 no São Paulo, Tostão era 10 no Cruzeiro, Pelé era 10 no Santos e Rivelino era 10 no Corinthians! O Técnico era o Zagalo, mas chefiado pelo Major-brigadeiro Jeronymo Bastos. Foi a primeira Copa do Mundo transmitido ao vivo, pela TV, para o Brasil. A maioria dos jogos era por volta de 14 ou 15 horas. O Brasil parava para ver o show de bola! Fomos Tri!
            Aí chegou 1974. Pelé, em 1972 informou que não jogaria mais pela Seleção, fez sua despedida e nos deixou! Foi uma pena, mas entendo que ele agiu certo. Já tinha disputado 4 Copas do Mundo – e ganho 3! Era melhor parar na fama. O Zagalo, que continuava sendo o Técnico, disse também que era correta a atitude de Pelé e que tinha o time na mão e muito bem treinado.  O susto veio quando vimos a Holanda jogar. Não era o futebol que estávamos acostumados a jogar nem a ver jogar. O Zagalo foi pego de surpresa e não tinha muito o que fazer. Para se ter uma ideia, nossos dois primeiros jogos foram 0x0 e só fomos ganhar do Zaire. Quando chegamos na Holanda e na Polônia, tomamos um “chocolate”.  Era o tal do “Carrossel” ou “Laranja Mecânica”. Não sabíamos como marcar aqueles “moleques” doidos, que rodavam o campo todo. Não tinha como marcá-los! Foi muito triste!
            Levamos 20 anos para arrumar as coisas, pois continuamos a jogar o jogo “bonito” mas sem resultados. Tínhamos craques, mas perdemos as Copas de 1978, 1982, 1986, 1990 com grandes jogadores, mas nossos técnicos insistiam em jogar bonito. Ganhar era um mero detalhe. Em 1994 finalmente voltamos a ganhar uma Copa, muito mais pelo baixo nível dos adversários que por nossa performance e tivemos a sorte que  apareceram Romário, Bebeto, além da destreza de Taffarel.
            Em 1998, na França, ocorreu algo de muito estranho, que ninguém explicou até hoje, o que de fato aconteceu. Perdemos muito feio para a França, na final, com todo o “imbróglio” do Ronaldo Fenômeno! Mas em 2002 ele mesmo deu a volta por cima. Depois de ficar quase dois anos sem jogar por cirurgias no joelho, era tido como “acabado” para o futebol competitivo. Pois ele, ao lado de Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo, jogou todos os jogos fez 8 gols, sendo os dois da final contra a Alemanha. Nessa Copa, o que ocorreu foi que o Felipão, que era o Técnico, formou um defesa bastante sólida, com 3 zagueiros, que dava liberdade para a criatividade e destreza dos 3 R: Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo. O Kleberson e o Gilberto Silva, eram dois volantes marcadores e cinco na defesa, sendo que Cafú e Roberto Carlos tinham também alguma liberdade para descer ao ataque. Ganhamos essa Copa pela genialidade de nossos jogadores, além dos já citados, o goleiro Marcos, Lúcio, Roque Júnior e Edmilson.
            Não podemos esquecer que no primeiro jogo, o árbitro coreano, nos ajudou muito, marcando um pênalti – cuja falta foi fora da área – e expulsando o Ozalan, que chutou, fora do campo, uma bola forte nas pernas do Rivaldo, que levou as mãos ao rosto, caiu, encenou e o generoso árbitro acreditou, sem ver, que tinha acertado no rosto mesmo! O título foi merecido, pois o Brasil jogou muito, principalmente contra a forte Alemanha!
            Aí acabou o futebol da Seleção Brasileira e quiçá, do Brasil, apesar de nos Torneios interclubes da Fifa, termos conseguido 3 títulos, com São Paulo (2005), Internacional (2006)e Corinthians (2012). Todos os três, mais por sorte que por competência. A morte começou em 2006 – derrota para França, lembram do Robinho e Cicinho irem beijar o Zidane, após o jogo? – e foi finalmente decretada no dia 08/07/2014, quando a Seleção Brasileira de Futebol perdeu de 7 a 1 para a Alemanha, numa semifinal, em pleno Mineirão!
            Não quisemos aceitar, por puro orgulho besta, a oferta que Pepe Guardiola nos fez, no sentido de vir dirigir a Seleção Brasileira, com a vontade que ele estava de mostrar que fez um belo trabalho no Barcelona, desde que aprendeu o “antigo carrossel” – agora chamado de “tic-tac” – com o Cruyff, quando este esteve no Barcelona, logo depois de mostrar ao mundo – em especial ao Brasil – como se joga o futebol moderno.
            Não sei quanto tempo vai levar para nos recuperar, mas vai ser difícil, pois pelos acontecimentos que vêm ocorrendo, desde o final da Copa de 2002, nos leva a crer que, dificilmente teremos uma rápida recuperação. Acabamos de ver a prisão do Ex-Presidente da CBF e a Copa América no Chile. Que vergonha!
            Baseado nestes fatos, e ainda, nas pessoas que estão dirigindo o futebol no Brasil,  e refiro-me especialmente a Del Nero, Gilmar Rinaldi, Dunga e Cia. (vou me preservar e não tratar do caso Neymar, que não é dirigente), vou ousar fazer uma previsão aqui: Chile, Argentina, Colômbia e Uruguai, certamente ficarão na frente do Brasil nas eliminatórias sul americanas. Prevejo ainda que Perú ou Paraguai não deixarão o Brasil disputar nem a repescagem. Sim senhor, o que estou prevendo é que o Brasil deixará de participar de uma Copa do Mundo de Futebol, pela primeira vez na história. Isto poderá ocorrer se providências sérias não forem tomadas! (A menos que os Carlos Amarilla da vida resolvam nos “prestigiar”...).