Nicanor de Freitas Filho
Na nossa excursão, chovia muito na Itália, tanto em
Milão, quanto Sirmione, Bérgamo, Bolzano e Verona. Só a partir de Trento que
melhorou o tempo. Então não pudemos passear como pensávamos. Às vezes tínhamos
que ficar no hotel mesmo. Em Verona ficamos num hotel que tinha um
bar/restaurante muito agradável. Ficamos por lá para jantar. Depois do jantar
quis ler meus e-mails, mas o wi-fi só funcionava na Recepção do Hotel. Fiquei
sozinho ali lendo algumas mensagens e pegando algumas notícias do Brasil,
quando o recepcionista, muito solícito, ofereceu-me para usar o computador de
mesa, onde ficaria mais fácil de “trabalhar”.
Tentando treinar um pouco meu inglês, fiquei conversando
com ele, pois o hall estava vazio. Somente nós dois estávamos por ali. No meio
da conversa, falei para ele que não tínhamos sido bem recepcionados no
restaurante em Sirmione e contei o que havia acontecido (veja o caso anterior).
Então ele me disse que não é “cagare” que se fala em italiano, mas “cacare”. Aí,
me contou uma piadinha, sobre pronúncia em italiano. Como falávamos em inglês e
algumas palavras em italiano, não sei bem se posso “traduzir” assim a piadinha,
que eu até já conhecia. Mas foi como a entendi, contada por um italiano mesmo:
Ele não falou nome, disse apenas um “bambino”, mas que eu
entendi que seria o nosso Joãozinho – ou seria o “Giovannelino”? - que adorava colocar os professores em fria.
Falava errado por gosto, somente para ver como o professor corrigiria. E às
vezes abusava de palavrões para constranger as meninas da sala e os próprios
professores. Então, o Giovannelino levantou e já se dirigindo à porta, falou
com o professor: “-necessito imminente a pisciarrrre!” Arrastando o erre para provocar o professor. Este,
já bravo, mas conhecendo o Giovannelino, não deixou de o corrigir perguntando: “-Como?
Pisciarre, con due erre?” O Giovannelino que já
esperava a pergunta, respondeu de pronto: “-no, con il cazzo!”