quinta-feira, 29 de março de 2012

Curiosidade - Ano Bissexto - Catado na Internet

QUEM INVENTOU O ANO BISSEXTO?Anos bissextos são anos que têm 366 dias, ao invés dos outros anos que têm 365. A introdução de mais um dia, de quatro em quatro anos, foi necessária porque a extensão real de cada ano é de 365,242 dias, ou 365 dias e 6 horas, aproximadamente. Então essas seis horas excedentes, após quatro anos, dão 24 horas, ou um dia excedente que foi incluído no mês de fevereiro que, nos anos bissextos conta com 29 dias. Então, um ano para ser bissexto tem que ser múltiplo de 4 e, como tal, passa a ter 366 dias.
No entanto, tal aproximação não é exata e, em função disso, ocorre que de 400 em 400 anos (ou de 4 em quatro séculos) sobra uma fração acumulada de 6 horas por século. Assim é que o ano de 1900 não foi bissexto, uma vez que adicionando um dia extra a cada 4 anos, em quatro séculos, sobram três dias. Por esta razão, apenas um em cada quatro anos que fecham seus séculos será considerado como bissexto. Há séculos, tais anos só são considerados bissextos se forem da mesma forma divisíveis por 400. Portanto, os anos de 1700, 1800, 1900 não foram anos bissextos, 2000 foi, como será também o ano de 2400, ao passo que o ano de 2100 também não será bissexto. 1600 e 2000 foram anos bi sextos pelo fato de serem expressos por números que são divisíveis por 400.

Julio Cesar e seu estandarte imperial. SPQR e' um acrönimo que significa Senatus Populus Que Romanusque, traduzindo, quer dizer "O Senado näo e'mais do que o povo romano"
O imperador romano Julio Cesar foi quem esteve por trás da origem do ano bissexto em 45 DC. O primeiros romanos tinham um calendário de 355 dias e para guardar os festivais que aconteciam mais ou menos na mesma estação de cada ano, foi criado um mês de 22 ou 23 dias a ser observado ano sim ano não. Julio Casar decidiu simplificar as coisas acrescentou dias a diferentes meses do ano para criar um calendário de 365 dias por ano, estabelecendo o cálculo atual que foi levantado pelo astrônomo de Cesar, Sosígenes. A cada quatro anos, seguindo-se ao 28º e último dia do mês de 'februarius' (fevereiro), um 29º dia foi acrescentado e ordenado a sua observância, transformando daí em diante, todo o quarto ano em 'ano bissexto'.
Em 1582, o Papa Gregório XIII definiu o calendário com a regra romana do ano bissexto que passou a ocorrer toda vez que o número do ano fosse múltiplo de quatro. Da mesma forma, regulamentou que os anos que fecham os séculos só serão bissextos se forem múltiplos de 400.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Causo 41 Minha formação profissional - Ética

Nicanor de Freitas Filho
 Quando deixei de trabalhar com o Maroto, com 8 ou 9 anos, tinha que trabalhar em outra coisa, não podia ficar em casa à toa! Então a Suça (irmã da minha Mãe) conversou com uma amiga dela, que era da Casa São Jorge, e eu fui trabalhar lá, para fazer entregas. Enquanto não tinha encomenda, eu deveria varrer a loja, limpar os balcões, mas não devia mexer nas mercadorias, pois só as vendedoras sabiam arrumar. As vendedoras gostavam, ou tinham dó de mim e me ajudavam em tudo. Por exemplo, a loja tinha dado uns lápis de brinde, vermelhos, azuis e verdes, bonitos! Um dia uma vendedora estava me ajudando a limpar um balcão e estavam lá 3 daqueles lápis. Ela me perguntou se eu estava no Grupo Escolar. Ao responder afirmativamente, ela me disse, então leve os lápis para você estudar. Fiquei felicíssimo, pois só tinha tocos de lápis!  
Era uma loja que tinha de tudo, mas lembro-me que o mais forte eram os tecidos. Eles tinham duas lojas. A que eu trabalhava, que ficava no final da Rua Mariano de Ávila e tinham a nova que ficava na Rua Boa Vista, em frente ao grande Bar America, que segundo se dizia, tinha até jogo de cartas lá dentro.  Lembro-me só das mesas de sinuca, que ficavam no enorme salão, sempre movimentado, com os homens tomando cerveja.
Um dia eu estava varrendo debaixo dos armários, que ficavam atrás dos balcões, e os armários eram profundos, tive que me abaixar, praticamente deitar no chão para varrer bem lá no cantinho, e quando puxei a vassoura, veio junto uma bolinha de ping-pong, toda empoeirada e encardida, ou seja, denotava que estava ali perdida por muito tempo. Pensei comigo: - “Achei uma bolinha de ping-pong. Legal!” Coloquei-a no bolso da calça-curta, que pra variar, deveria ser velha, e estava com o bolso descosturado. Em seguida fui chamado para levar da loja velha para a nova, 5 metros de tecido, que uma freguesa tinha comprado lá, mas que só tinha no estoque da loja velha. Vá rápido que a freguesa está lá esperando, foi a ordem que recebi. A Rua Mariano de Ávila, de onde eu estava para a Rua Boa Vista, é uma subida. Saí da loja meio apressado e quando andei uns 30 ou 40 metros, a bolinha caiu do bolso descosturado. Eu tive que colocar o pacote no chão para pegar a bolinha. Peguei a bolinha e fui cumprir minha tarefa. Quando voltei, um dos filhos do dono da loja, me perguntou, assim no meio de todo mundo:
“ – O que foi que caiu do seu bolso, quando você saiu daqui para ir levar o tecido lá em cima?”
“ – Uma bolinha de ping-pong, ora!”
“ – Onde você arranjou esta bolinha?”
“ – Achei ali debaixo de um armário, mas é velha e encardida!”
“ – Então me dá ela aqui. Ela é velha e encardida mas é da loja.”
“ – Não! Não é da loja, pois a loja nem vende mais bolinha de ping-pong!”
“ – Agora acabou mas vendia até uns meses atrás. E tudo que está na loja é da loja! E a bolinha é da loja! Toma aqui seu dinheiro e não precisa mais vir trabalhar.”  Entregou-me algumas notas, que não sei dizer quanto era.
“ – Mas por quê?”
“ – Porque você pegou uma coisa que não era sua!”
“ – Mas eu achei a bolinha. Eu não roubei!”
“ – Você pode não ter roubado, mas tudo que está na loja é da loja e você não deve pegar. Até logo!”
Fui para casa e expliquei sem muito rodeio o que tinha acontecido. Mamãe me pegou sozinho e conversou muito comigo, me explicando que só é da gente o que compramos ou ganhamos. Mesmo que se ache alguma coisa que possa parecer que não vale nada, não é nossa. Portanto devemos entregar para o dono.
Foi minha segunda experiência profissional e ética! Tudo que não é meu, que eu não comprei, que eu não conquistei, não é meu! Ponto final! Quando vejo no noticiário, pessoas humildes que encontram pacote com dinheiro e devolvem aos donos, eu me lembro dessa primeira lição de ética que tive. Que pena que os atuais políticos brasileiros não tiveram tal lição!!

terça-feira, 20 de março de 2012

Causo 40 Minha Formação Profissional-Organização


Nicanor de Freitas Filho

Mantenho amizade com quase todos meus ex-colegas e ex-chefes, promovendo, inclusive encontros de turmas, ou almoços e jantares, de forma a manter sempre viva cada amizade, que prezo com muito carinho.
Recentemente, encontramos com ex-colegas de um Departamento de Vendas que gerenciei, por 5 anos. Numa das conversas com um deles, me disse que sempre me achou muito organizado, agindo sempre com muita ética e principalmente respeito aos subordinados. Isto me deixou muito orgulhoso, pois, realmente sempre procurei ser assim mesmo. Então contei para ele duas passagens da minha vida profissional, que, por sinal, começou muito cedo e das quais tirei grandes lições. E, nunca mais esqueci aqueles ensinamentos práticos, que muito me valeram, por toda minha vida, não só profissional. Vou contar a primeira passagem hoje:
Quando voltamos do Veríssimo, numa pobreza danada, precisava continuar estudando. Para isso tinha que comprar material escolar. Minha Mãe falou com nosso primo Maroto, que tinha uma oficina mecânica, e eu fui trabalhar lá. Com 8 ou 9 anos ele me ensinou o nome das ferramentas, que ficavam penduradas num quadro, com o desenho do contorno delas e me colocou no Almoxarifado de Ferramentas. Note que naquela época, quase todas as ferramentas de mecânicos eram importadas e caríssimas! Minha função era entregar cada ferramenta que os mecânicos solicitassem, mediante a entrega de uma ficha de metal, devidamente numerada, com o número do mecânico, que cada um carregava na cintura, como um chaveiro, que eu pendurava no prego, no lugar da ferramenta. No final do dia eu tinha que olhar no quadro, que não podia ter ficha. Só podia ter ferramentas. Se tivesse ficha eu tinha que chegar no balcão e gritar, por exemplo:
“ – 8 você não trouxe o alicate de pressão!”
“ – 14 está faltando a chave estrela ¾”!”
Até acertar tudo! Então podia ir embora. Lembro que no primeiro dia Mamãe mandou eu falar com o Maroto se podia me adiantar o valor dos cadernos que tinham que ser comprados para as aulas. Ele disse algo mais ou menos assim:
“ – Que empregado bom, não sabe nada, ainda nem começou a trabalhar mas já quer adiantamento!”
Mas entregou-me os 6 mil réis para os cadernos. Não sei quanto ganhava, nem quanto tempo fiquei lá. Sei que foi muito pouco, talvez uns 45 ou 60 dias, no máximo. Mas foi meu “primeiro emprego”! Talvez tenha sido a primeira experiência profissional que tive sobre organização e controle, pois até hoje, quando tiro, por exemplo, um documento de uma pasta, coloco no lugar um papelzinho para marcar o lugar e saber por que foi tirado. Se empresto um livro, coloco na estante uma folha com a data e o nome para quem emprestei.
(Depois conto a segunda experiência profissional, bem mais doída!!!)